quinta-feira, 21 de abril de 2011

Stories.


Some people care too much,
I think it's called love.
 - Winnie the Pooh

domingo, 17 de abril de 2011

Closer.



A compreensão. Ninguém a entende nem ninguém a possui por completo. Somos todos seres humanos e todos imperfeitos. Todos construídos à base de sobras de sentimentos e sonhos.
Todos temos conceitos e perdões limitados que usamos excessiva e não deliberadamente nos primeiros anos de paixões e arranhões maliciosos.
A toda a hora nos bombardeiam com más notícias que nos desfazem maxilares e nos tiram o ar dos pequenos pulmões que carregamos no peito.
Não precisam de nos compreender para nos oferecerem compreensão. A compreensão não são palavras sábias e grandiosas lições de vida, para pormos no grande saco, junto de outras grandes lições que de nada nos servirão.
A compreensão são aconchegos do coração. São suspiros de alívio, abraços intermináveis. Não são entendimentos ditos por palavras frescas e duras, que nos atropelam, que nos confundem ainda mais, que nos enterram na nossa tristeza. 
São beijos na testa, são olhares carinhosos e risos conjuntos. 
A compreensão é o dar a mão, o “vai ficar tudo bem”, o “eu estou aqui”, o “não te preocupes”. A compreensão é ficar dias encaixados um no outro, com brancos vindos de nenhures, enrolando a nossa alma, aquecendo os pés frios, limpando-nos as lágrimas, dando esperança de dias melhores, com sol ou com chuva.
A compreensão é o “eu vou estar sempre aqui”, o “não tenhas medo” e o “não precisas de dizer nada, chora”.
Todos esperamos compreensão de outros, quer sejam pais, avós, tios, primos, irmãos, sócios, companheiros, parceiros, amigos, conhecidos, patrões, colegas, cães, gatos, pássaros, desconhecidos. Todos pedimos compreensão à vida, para que nos poupe do que mais ninguém vai entender. Porque quem ninguém entende, está sozinho. Não tenta, não luta, ignora, murcha, é esquecido, ultrapassado, judiado, é morto por olhares espantados e baleado por juízos insensíveis e manipuladores.

Mas antes de tentar compreender alguém, é preciso compreendermo-nos a nós mesmos. Percebermos porque estamos tristes, contentes, alegres, miseráveis. Perceber porque estamos de luto, porque queremos destruir o mundo, reconstruir uma vida, retocar quadros, limpar pincéis, comprar cores novas, misturar, criar. Perceber porque temos medo de nos comprometer com alguém, perceber porque fugimos das promessas e das juras de amor eterno. Perceber porque rimos sem razão. Perceber porque nos afastamos de quem mais queremos abraçar. Perceber porque somos como somos, o que vive dentro de nós que ainda não foi descoberto, tentar entrar nos lugares que há tanto estão bloqueados. Perceber tudo, antes de fazer uma cópia ingénua de uma chave para o nosso coração.

Compreender não é entender. Compreender é estar lá, é ficar até ao fim, sem medo.
Entender é violento, é quebrar regras, extorquir informação, roubar tudo e montar o puzzle, para nosso próprio deleito e luxo. Quem quer entender não se preocupa realmente. Corre pelas respostas, pelos “porquês”, pelo que o intriga, o deixa curioso.
Ninguém necessita de entender, não os faz mais felizes, não os ajuda, porque, afinal, não compreendem as respostas que encontram.
Não peço que me entendam, porque nem eu tenho esse dom.
Peço, apenas, que me compreendam, que me queiram compreender, sem pressa, sem medo, sem maior ambição.


sábado, 16 de abril de 2011

Try.



 Hear: My immortal


Don't give up. Try again. And again. And again.
Until you've done it.





Cura.


Cada um de nós, velhos ou novos, felizes ou miseráveis, bonitos ou feios, fortes ou fracos, mulheres ou homens, encaramos as cinco fases da dor. De maneiras diferentes ou de igual modo, todos nós as vivemos e sobrevivemos.

 - Negação
Primeiro negamos. Recusamos tal pacto, fugimos da sombra, procuramos o botão para voltar atrás. Damos um passo contra a nossa sombra, esbarramos com o passado que era tão feliz, tão genuíno, tão fácil.

 - Ira
Estamos determinados em combater o real, em viver com sobras de memórias, de histórias, de corpos, de vidas. Judiamos jezebel, incendiamos o inferno e afogamos o céu. Fervemos o sol. Congelamos a lua. Choramos de raiva. O medo bate à porta, devagarinho e pé ante pé, vai entrando, sem pedir licença, e apaga os fogos, traz a chuva, a neve e a consciência.

 - Negociação
Debatemos soluções. Chamamos a matemática, as ciências, a lógica, a vida! Gritamos por compreensão, lutamos e não ancoramos. A esperança ainda sobrevive e ultrapassa a dor. Já temos medo, porque estamos conscientes, ainda que não totalmente. Não nos resignamos e tentamos até nos apercebermos de que não vale a pena lutar por alguma coisa que já se instalou em nós, que trouxe malas e bagagens cheias, para uma temporada longa.

 - Depressão
Sabemos que está em nós e que vai alastrando, até nos cobrir de pó, de areia, escondendo-nos do mundo. Lentamente nos tira o ar. Mata tudo à nossa volta, sem piedade. Começamos a deturpar sons, confundimos vozes, pessoas, cores. Todos se vão embora, sem dizer adeus, sem nos dar um beijo e dizer que vai ficar tudo bem. Antes, desaparecem com uma cara mais desfeita do que a nossa, marcada pelo realismo. Estamos no fundo do poço e já ninguém tira água dele. Preferem mergulhar no álcool e festejar o imaginário. Mas estamos a água, e a água não salva ninguém da tristeza.

 - Aceitação
Por fim, resignamo-nos. Achamos que vamos sobreviver, vamos ultrapassar e ter histórias para contar. Achamos que a luta nos vai tornar diferentes, especiais. Prometem-nos medalhas e taças cheias de bravura e orgulho. Mas nessa altura, não precisamos de mais nada. Surgem os sorrisos e abraços despropositados, que, agora, não servem de nada, porque já estamos no pódio e já recebemos as flores, já ouvimos o hino e já choramos de alegria.



O mais engraçado é que celebram connosco as nossas vitórias, ficam alegres com lutas que acham ser deles também, mas não são!
São lutas só nossas, que travamos sozinhos, sem ajuda, porque se foram todos embora, quando ainda não sabíamos ser capazes de vencer! Foram embora, não lutaram, não viram, não sentiram na pele a dor que a dor traz. Não nos olharam nos olhos com medo de serem mais cobardes que nós porque não eram eles os protagonistas. Choraram fora de portas, longe, para que ninguém ouvisse. Não choraram connosco, não partilharam o mesmo medo, porque fugiram do que mais assusta.


Tudo se perde. Nada é para sempre. Nem tu. Nem tu. Nem eu. O que és hoje, não serás amanhã, e ainda não aprendeste a viver com isso. Só depois de perceberes a maior lição de vida que a dor te dá é que vais entender que o que fizeres hoje, pode matar-te amanhã, ou então, tornar-te mais forte. Vacinar-te. Curar-te.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Believe in something.



Is there anybody listening?


Don't give it up yet. Your love one may be closer than you think.
Slow down and make a deal with him.





terça-feira, 12 de abril de 2011

I never make agreements

Fto: Beatriz Rodrigues

 Hear: gypsy

Broke my heart down the road
Spent the weekend
Sewing the pieces back on

Crayons and dolls pass me by
Walking gets too boring
When you learn how to fly

Not the homecoming kind
Take the top off
And who knows what you might find

Won't confess all my sins
You can bet i'll try it
But you can't always win

'Cause I'm a gypsy
Are you coming with me?
I might steal your clothes
And wear them if they fit me

I never make agreements
Just like a gypsy
And I won't back down
'Cause life's already bit me

And I won't cry
I'm too young to die
If you're gonna quit me
'Cause I'm a gypsy
'Cause I'm a gypsy

I can't hide what I've done
Scars reminds me
Of just how far that I've come


'Cause I'm a gypsy
Are you coming with me?
I might steal your clothes
And wear them if they fit me

And I won't cry

I'm too young to die
If you're gonna quit me
'Cause I'm a gypsy

Fto: Beatriz Rodrigues




sexta-feira, 8 de abril de 2011

Leis, Karmas.

Fto: Beatriz Rodrigues

A pessoa certa não é a mais inteligente, a que nos escreve as mais belas cartas de amor, a que nos jura a paixão maior ou nos diz que nunca se sentiu assim. Nem a que se muda para nossa casa ao fim de três semanas e planeia viagens idílicas ao outro lado do mundo. A pessoa certa é aquela que quer mesmo ficar connosco. Tão simples quanto isto. Às vezes demasiado simples para as pessoas perceberem. O que transforma um homem vulgar no nosso príncipe é ele querer ser o homem da nossa vida. E há alguns que ainda querem. 
Os verdadeiros Príncipes Encantados não têm pressa na conquista porque como já escolheram com quem querem passar o resto da vida, têm todo o tempo do mundo; levam-nos a comer um prego no prato porque sabem que no futuro nos vão levar à Tour d’Argent; ouvem-nos com atenção e carinho porque se querem habituar à música da nossa voz e entram-nos no coração bem devagar, respeitando o silêncio das cicatrizes que só o tempo pode apagar. Podem parecer menos empenhados ou sinceros do que os antecessores, mas aquilo a que chamamos hesitação ou timidez talvez seja apenas uma forma de precaução para terem a certeza que não se vão enganar. 
(...)
Claro que com tantos sapos no mercado, bem vestidos, cheios de conversa e tiradas poéticas, como é que não nos enganamos? É fácil. Primeiro, é preciso aceitar que às vezes nos enganamos mesmo. E depois, é preciso acreditar que um dia podemos ter sorte. E como o melhor de estar vivo é saber que tudo muda, um dia muda tudo e ele aparece. Depois, é só deixa-lo ficar um dia atrás do outro... e se for mesmo ele, fica.

Margarida Rebelo Pinto, in Crónica Semanal

I'll come back

It started out as a feeling,
which then grew into a hope,
which then turned into a quiet thought,
which then turned into a quiet word,
and then that word grew louder and louder
'til it was a battle cry:
I'll come back when you call me,
no need to say goodbye
Just because everything's changing
doesn't mean it's never been this way before
All you can do is try to know who your friends are
as you head off to the war.
Pick a star on the dark horizon
and follow the light.
You'll come back when it's over,
no need to say goodbye
 
Now we're back to the beginning
It's just a feeling and no one knows yet,
but just because they can't feel it too
doesn't mean that you have to forget
Let your memories grow stronger and stronger
'til they're before your eyes
You'll come back when they call you,
no need to say goodbye...