Fto: Beatriz Rodrigues |
terça-feira, 22 de março de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Do you remember?
Do you remember when we first met? I sure do
It was some time in early september
You were lazy about it, you made me wait around
I was so crazy about ya, I didn't mind
So I was late for class, I locked my bike to yours
It wasn't hard to find you painted flowers on
Guess that I was afraid that if you rode away
You might not roll back my direction real soon
Well, I was crazy about you then
And now but the craziest thing of all is
Over ten years have gone by and you're still mine
We're locked in time, let's rewind
Do you remember when we first moved in together?
The piano took up the living room
You'd play me boogie-woogie, I played you love songs
You'd say we'll playing house
Now you still say we are
We build our getaway up in a tree we found
We felt so far away though we were still in town
Now I remember watching that old tree burn down
I took a picture that I don't like to look at
But all these times they come and go
And alone don't seem so long
Over ten years have gone by
We can't rewind, we're locked in time
But you're still mine
Do you remember?
Fto: Beatriz Rodrigues Jack Johnson - Do you remember |
"A confiança é um acto de fé, e esta dispensa raciocínio."
sexta-feira, 11 de março de 2011
Demasiado longa (?)
Sinto dor. Sinto dor a toda a hora. E tu não vês. Ou não queres ver. Não queres sentir a dor que eu sinto. Não te queres afogar no mesmo mar que eu. Com medo de terramotos e tsunamis. Tens medo de tudo e não és forte. És tão como eu, que eu sou o total oposto de ti. Sou o que não queres e o que não queres tu ser.
Fto: Beatriz Rodrigues |
Queres queimar e morrer. Voltar e sobreviver. Eu não quero sobreviver. Quero viver o mais que tu não quiseste. Quero aproveitar o bónus a que chamaste de pecado e alegria do diabo. Não acredito nisso.
És melhor do que isso. És melhor do que chamas de tua força. Eu não sou a tua força, nem tu a minha. Não somos feitos de força. Não passamos força. A força não existe.
Somos feitos de matéria fraca, que se desfigura facilmente. Facilmente corroemos se a água que vertemos for salgada, tão salgada quanto a tristeza que prendemos com correntes pesadas, tão pesadas que o próprio sonho não lhes encontra o fim.
Somos matéria fraca que morre a cada amor, a cada paixão, a cada toque de saudade, de medo.
Tenho saudades de tudo a todo o momento. Tudo me é importante, tudo faz perfeito sentido quando, mais tarde, sentimos saudades disso. Sim, disso mesmo. Disso que nos faz passar por idiotas mais e mais uma vez.
É aquilo que mais nos satisfaz que mais saudade nos deixa.
É aquilo por que temos um gosto especial que suprime todos os outros que mais saudade nos deixa.
É aquilo que adoramos que mais saudades nos deixa.
Mas por aquilo que amas, deixas de ter saudades. Passas a morrer. Secas. Páras. Deixas de ouvir, de pensar, de gostar, de sentir. Não lamentas mais.
Fto: Beatriz Rodrigues |
Deixo-me cair no travesseiro mais próximo, criando montanhas e vales de pequenas penas envolvidas nos lençóis. Montanhas que ninguém atravessa. Demasiado altas, frias, quietas. Montanhas que nem tu escalas. Porque a saudade é tanta que deixa de o ser. É demasiado forte para ser saudade. É tão mais do que isso. É um coma tão singelo que chega a ser mais lento que o purgatório. Não me levanto nem me mexo. Nenhum vento me abala. Nenhuma folha cai.
Uma apatia extrema se instala em tudo o que me rodeia. Mas, nunca arrefeço. Estou quente de tristeza, de desamparo, de solidão. Há um silêncio que me cobre, que me aconchega, meigo. Que guardo para sempre. Sem razão. Porque o quero. Porque me faz ter saudade daquele momento em que não tinha saudades de nada. Só de ti.
Sou um monstro de saudade que se alimenta de maus sonhos e terrores bonzinhos.
Agora sou o que resta daquela grande montanha de lençóis e travesseiros amargos, pesados, amassados, torturados, a fazer faísca de tanta corrente que passou.
Fto: Beatriz Rodrigues |
E sinto a mesma dor. A dor que sentia desde o inicio. Aquela dor que tu continuas sem ver, sem sentir. Essa já não me agonia, só me entristece. Porque não a notas. Porque não a curas.
Olha para mim, por favor.
Olha para mim, puxa-me. Rasga os lençóis que me afogam em pensamentos fáceis e fracos.
Olha para mim.
Escala a montanha por mim, já estou no cume, à tua espera.
Fiz batota e corri mais rápido para chegar primeiro. Para te ver chegar. Porque te senti entrar.
E agora já tenho vontade de tudo. É o pico do verão no que era aquela montanha. Montanha que desfizeste com abraços e beijinhos.
E a saudade? Aquela que me estava a apagar, a matar.
O que fizeste com ela? Quero-a de volta, porque gosto de sentir saudade, gosto de sentir o que me faz falta, porque me entristece não saber o que me faz falta. É o sinal de alerta constante que gosto de receber vindo de não sei onde, que me faz saber para onde tenho de caminhar, seja para onde for.
A dor vai passando, aos poucos. Dá passos tão curtos que só tu notas. E vais-me fazendo ver que são passos maiores que eu, maiores que o meu ego egoísta e pequeno. Pequeno como eu. Pequeno como a voz fraca que tenho quando te tento chamar. Porque já estou no cume e ainda não te vejo chegar.
Não chegas porque não vens. Porque te recusas a dar um pequeníssimo passo, porque me vais tornar mais fraca, menos eu. Porque afinal não rasgaste os lençóis. Só deste um pequeno golpe e eu fiz tudo sozinha. Era isso que me querias fazer ver. Fizeste de mim heroína, mas foste tu o herói. Mas calas-te e observas-me. Tens orgulho de mim e do que conquistei.
Ainda sinto o perfume de saudade que deixaste ficar. E fizeste bem.
Porque eu gosto de montanhas desfeitas e um aroma de saudade.
Porque são as coisas que adoras que mais saudades te deixam. terça-feira, 8 de março de 2011
"O nosso jogo é perigoso, menina"
Fto: Beatriz Rodrigues |
Você é um avião e eu sou um edifício
Eu sou um abrigo e você é um missil
Eu sou a mata e você é a moto-serra
Eu sou um terremoto e você a Terra
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina
Você é o fósforo e eu sou o pavio
Você é um torpedo e eu sou um navio
Você é o trem e eu sou o trilho
Eu sou o dedo e você é o meu gatilho
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gás
Eu sou a veia e você é a agulha
Eu sou o gás e você é a fagulha
Eu sou o fogo e você é a gasolina
Eu sou a pólvora e você a mina
O nosso jogo perigoso combina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina
segunda-feira, 7 de março de 2011
A ti, para sempre.
Foram sete anos. São oito. Vão ser nove, dez, vinte, trinta! Vão ser tantos que vou deixar de os contar.
Chegaste tão tarde. Precisava de ti antes de te conhecer.
Tantas lágrimas deixei que caíssem, tantos gritos que deixei ecoar entre todos aqueles pinheiros que serviam de esconderijos, ou casas, ou cozinhas… Tantos passos curtos e amedrontados que se ouviam naqueles corredores recheados de defeituosos desenhos, que cheiravam a felicidade alheia, cheiravam a inveja. Tantas sextas-feiras de joelhos descobertos, torturados na madeira fria de uma igreja feia e triste, sem fé, sem partilha, sem amor.
Chegaste e agarraste-me a mão com tanta força que nunca mais a consegui largar. Levantaste-me do chão. Reergueste-me e nunca desististe de mim. Eras a fé que nunca tive.
Não tinha cotovelos esfolados como os teus. Não tinha o cabelo desgrenhado ao fim do dia. Não dava risadas altas e extasiantes. Não tinha a barriga à mostra e a pele queimada do sol do recreio. Não cheirava a terra e a comida de cantina. Não tinha nada.
Dava tudo para ter cotovelos esfolados, o cabelo desgrenhado, roupas gastas e sujas que me deixassem com a barriga à vista. Dava tudo para ter rido como tu te rias. Gostava de ter corrido, sentir o vento frio de o inverno prematuro a contrariar as pequenas gotículas de suor que surgiriam, suponho. Gostava de ter tido alguém a puxar-me pelo braço, pela mão, pelo pé, com medo de me perder. Gostava de ter tido um sabor doce na minha boca, com um toque azedo disfarçado de proibição ou destino questionável. Gostava de, por uma única manhã, ter tido uma súbita vontade de ir para a escola o mais rápido possível, para não perder as brincadeiras mais barulhentas. Gostava de ter gostado do que não vivi.
Em vez disso, embrulhavam-me em tecidos quentes e desconfortáveis, de cores tristes e enfadonhas, com o pescoço rodeado por laços murchos e colarinhos brancos. A vaguear por cimento cravejado de giz ou pequenos pedaços de tijolo, que serviam para desenhar, que serviam para os outros brincarem, com os olhos colados no chão, com medo que alguém me chamasse, me visse, ou sequer me imaginasse a passar por ali.
Ainda assim, ainda totalmente igual a todas as outras, para meu terror, alguma coisa me fazia sobressair. Era o loiro. Era a pele branca, lívida, apática. A infelicidade escrita na testa com um sinal vermelho. Queria ser invisível. Queria fugir. Trocava todos aqueles pequenos e insatisfeitos dedos a apontarem para mim, por tiros. Todas eles teriam sido certeiros.
Nunca fugi e ainda hoje não entendo porquê. Estavas tão perto. (onde estavas?)
Mas chegaste. Salvaste o que ainda resta de mim, hoje.
Deste-me o meu primeiro abraço verdadeiro. Deste-me tudo sem pedir nada em troca. Vias o que eu não via em mim. Sorriste para mim milhares de vezes, sem nunca obter resposta. Mas insististe. Insististe. Insististe sempre. Sabias que havia alguma coisa que eu te podia dar em retorno.
Eu respondi, finalmente, eu respondi. Deste-me a mão. Deste-me um abraço e disseste-me um “vai ficar tudo bem”. Disseste-me um “amo-te” e chamaste-me de melhor amiga.
Lembro-me de tudo o que significaste naquela altura. O que significas hoje. E o que vais significar amanhã.
Lembras-me constantemente de como devo ser. De como devo agir. És a minha consciência mais justa, mais lógica. Mesmo não saindo uma palavra da tua boca. Equilibras, amparas e amas.
Podemos ter conversas infindáveis com apenas um suspiro, uma troca de olhares. Rimos inconscientemente do que não tem piada e voltamos a rir.
Tens sempre um lugar para mim. Tens sempre tempo para me ouvir, ainda que eu não diga nada. Tens sempre tempo para sermos juntas, o que não sabemos ser separadas.
És mais do que eu te sei dizer.
Temos o que mais ninguém tem. Temo-nos a nós, juntas, sempre.
Foto: Beatriz Rodrigues |
PS: Tenho constantes saudades do que ainda vamos ser.
Juntas, claro!
Juntas, claro!
domingo, 6 de março de 2011
caminho
sábado, 5 de março de 2011
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sexta-feira, 4 de março de 2011
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